Data Center da Angola Cables amplia oportunidade para negócios digitais

16 de abril de 2019 - 18:58 # # # # #

O Secretário da Infraestrutura, Lucio Gomes, acompanhou, nesta terça-feira (16), o governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio, na inauguração do Data Center Angonap, da multinacional Angola Cables. O momento consolidou o hub tecnológico planejado pelo Governo do Ceará, que, junto com o centro de conexões aéreo da Air France/KLM/GOL e portuário CIPP/Porto de Roterdã, forma a trinca de hubs para alavancar o desenvolvimento no Estado. 

“Há uma palavra hoje que é conectividade. Esse é o mundo atual e do futuro. O que a Angola Cables está fazendo aqui no Ceará é saindo na frente no Nordeste, tirando a concentração do eixo Sudeste e trazendo para cá esse mundo da conectividade e da telecomunicação. O Ceará tem uma característica diferente. Aqui não há muita concentração em poucos provedores, talvez sejamos no Brasil a maior concentração de provedores, com quase 400, e isso dinamiza o mercado, a economia, gerando grandes oportunidades. Não tenho dúvida que a instalação da Angola Cables vai possibilitar que Fortaleza e o Ceará se destaquem nesse mundo de telecomunicação global. Isso significa atrair novos provedores de conteúdo e internet, mais investimentos em tecnologia e pesquisa, e temos o compromisso de estimular cada vez mais nossas escolas e universidades a investirem e possibilitarem a formação de pessoas nessa área”, enfatizou o governador Camilo Santana.

Após a solenidade, a comitiva pôde conhecer as instalações do centro de dados, apresentado pelo CEO da empresa, António Nunes e na presença do ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola, José Carvalho da Rocha.

A empresa Angola Cables investiu cerca de US$ 300 milhões na construção do Data Center, edificado em uma área de 3.000 m² na Praia do Futuro, e na instalação dos cabos submarinos Sacs e Monet, que ligam via fibra óptica duas regiões com grande potencial econômico – Américas e África, gerando uma rota alternativa de conectividade com os Estados Unidos e o continente asiático. O Sacs sai da cidade de Luanda, em Angola, e chega a Fortaleza, percorrendo 6.200 quilômetros sob o oceano Atlântico, e o Monet, com 10 mil km de extensão, interliga as cidades de Santos e Fortaleza, no Brasil, e Miami, nos EUA. A velocidade da transmissão de dados pelos cabos é de 63 milissegundos, movimento mais rápido que um piscar de olhos. Por meio dos cabos, as empresas instaladas no Ceará, desde gigantes do ramo, até os pequenos provedores, terão conexão de melhor qualidade e estimulando a economia e a criação de empregos qualificados.

Posição privilegiada

A localização geográfica do Ceará tem sido fator preponderante na consolidação da trinca de hub’s. Sua posição vem sendo considerada estratégica para a conexão de outras partes do mundo com a America Latina. Uma prova disso é que Fortaleza é a segunda cidade no mundo com mais cabos submarinos – ao todo 12 – ficando atrás somente de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, que possui 13. De acordo com levantamento feito pelo IBGE, a região do Nordeste apresenta a terceira maior contribuição de segmentos das tecnologias da informação e comunicação no Brasil.

António Nunes, CEO da Angola Cables, afirmou que a escolha da capital cearense teve influência de sua posição no mapa, mas o trabalho feito pelo poder público no sentido de fomentar o desenvolvimento do setor de telecomunicações também pesou. “Fortaleza é um hub natural de cabos submarinos. Quando nós fizemos nosso planejamento de local no Brasil onde deveríamos aportar nossos cabos, Fortaleza foi o local mais adequado, pelo fato de podermos, posteriormente, através de um Data Center como esse, nos interligarmos com outros cabos submarinos que já estejam aqui. Paralelamente a isso temos tido uma surpresa muito agradável porque o Estado e Fortaleza têm promovido muito o desenvolvimento do ecossistema digital e por isso Fortaleza passa a ser no Nordeste um ponto muito importante dessa economia digital”, confidenciou o CEO.

Esse potencial reflete nos números latino-americanos no mercado de Data Centers, que movimentou US$ 2,87 bilhões em 2016. A estimativa é que os centros de dados da América Latina cheguem a faturar US$ 4,37 bilhões em 2021. O Brasil concentra 45% de todos os centros de armazenamento de dados existentes América Latina e foi responsável por 47,6% do faturamento da região em 2016.