Usina de Ondas terá capacidade duplicada

27 de março de 2009 - 03:00

A usina de produção de energia elétrica mediante a utilização das ondas do mar, a ser implantada pelo Governo do Estado através da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) no Terminal Portuário do Pecém está sendo retomada e desta vez com mais força. O projeto inicial que previa uma capacidade de produção de 50 Kilowatts deverá ser agora de 100 KW e terá agregada uma unidade de dessalinização da água do mar, capaz de processar cerca de cinco litros de água por segundo. A Usina de Ondas, a exemplo das usinas eólicas, se insere na políticas de diversificação da matriz energética cearense posta em prática pelo Governo do Estado.
A usina, que deverá ser instalada pelo Governo em parceria com a Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coope/UFRJ) e da Tractebel Energia contava com a participação da Eletrobrás, que saiu do projeto, provocando a realização de novos estudos. A usina de ondas está orçada em R$ 12 milhões devendo ficar pronta em três anos. O projeto inicial do equipamento era composto por contava com dois braços (unidades) para geração, com capacidade de 25KW cada, que agora passarão a produzir 50KW cada, totalizando 100 KW. A usina deverá ser instalada na ponte de acesso aos píeres do terminal portuário. A saída da Eletrobrás também redundou na realização de estudos para um projeto piloto de geração de energia elétrica utilizando o aquecimento da água (energia heliotérmica) e que no momento aguarda apenas o termo de conveniência para iniciar os trabalhos.
Composta de módulos, a usina de ondas opera com base em flutuadores acoplados a uma estrutura em forma de viga, com 22 metros de comprimento. Os flutuadores ‘surfam’ a onda e acionam as bombas hidráulicas que, por meio de movimentos alternados, injetam água na câmara hiperbárica. Os jatos liberados pela câmara acionam uma turbina que, acoplada a um gerador, produz eletricidade. Dentre as vantagens da usina estão o aproveitamento do potencial da costa brasileira, é uma energia limpa, renovável e de impacto ambiental extremamente baixo se comparado a outras usinas, como a nuclear. Outra vantagem é utilizar-se de uma câmera hiperbárica – equipamento que simula ambientes marinhos de alta pressão, capaz de produzir jatos de água equivalentes a uma queda de água de 500 metros de altura, superior a de uma usina hidrelétrica convencional, cujos custos de implantação são bem maiores.