Seinfra e parceiros definem local da usina de ondas no Pecém

30 de junho de 2009 - 03:00

O Governo do Estado, através da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) e a CearáPortos, a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, e a Tractebel Energia, definiram o local onde será instalado o protótipo da primeira usina de produção de energia elétrica a partir da força das ondas do País. O equipamento ficará no lado leste do quebra-mar do Terminal Portuário do Pecém. Terá uma potência instalada de 100 kW.

 

O equipamento terá acoplado um protótipo de uma usina de dessalinização de água do mar. Até julho deste ano deverá ser definido o cronograma dos trabalhos. A implantação do equipamento custará R$ 12 milhões a serem investidos pelo Governo Estadual e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) através da Tractebel.

 

O protótipo deverá funcionar por três anos para avaliação da tecnologia que aproveita a regularidade dos ventos e freqüência das ondas do mar no litoral cearense para a produção de energia elétrica. A produção de 100 kW é o equivalente ao consumo de 60 casas do padrão médio de consumo de energia elétrica no Estado. O projeto é mais um avanço do Ceará na área da energia renovável que, a exemplo, da eólica, torna o Estado pioneiro na produção deste tipo de energia, além de caminhar para a auto-suficiência cearense na produção de energia.

 

A implantação dos protótipos prevê a aplicação de recursos no valor de R$ 1 milhão por parte do Estado e R$ 11 milhões da Aneel, oriundos do item Pesquisa e desenvolvido de Tecnologias) da Tractebel, a serem investidos na fabricação, instalação e monitoramento das duas células da Usina de Ondas e de mais um braço para o dessalinizador. O projeto busca dinamizar a matriz energética cearense, dando seqüência às pesquisas da Coppe/UFRJ e UFC com apoio do Governo do Estado.

Uma das vantagens da usina de ondas é o seu baixo impacto ambiental, se comparado às demais formas de produção de energia já existentes, pois se trata de uma fonte limpa de energia e não necessita represar a água. A usina de ondas funciona com a ajuda de flutuadores que ficam submersos no mar presos à usina por meio de dois braços metálicos.

Com o movimento das ondas, esses blocos também se movem e produzem força para bombear a água do mar para reservatórios dentro da usina. A água terá sua pressão aumentada em uma câmara hiperbárica, fazendo com que o jato d’água saia do compartimento com uma força equivalente à de uma queda d’água de 500 metros de altura. Esse jato move uma turbina, que gera finalmente a energia, repassada depois, para o sistema de distribuição.