Pecém prepara área para instalar usina de ondas

22 de outubro de 2009 - 03:00

As obras de preparação de uma área no quebra-mar do Terminal de Múltiplas Utilidades do Pecém (TMUT) para abrigar uma usina-piloto de produção de energia elétrica a partir das ondas do mar estão em andamento devendo ficar prontas ainda este ano. O “engordamento” de uma área na parte leste do quebra-mar em cerca de 200 metros quadrados receberá as estacas nas quais serão montadas as pás da usina. Serão investidos no equipamento cerca de R$ 12 milhões, sendo R$ 1 milhão de contrapartida do Governo do Estado, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, a Coordenação dos Programa de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Seinfra, Cearáportos e a multinacional Tractbel, que definiram o novo local da usina e o cronograma dos trabalhos. O equipamento acoplado ainda um protótipo de uma usina de dessalinização de água do mar.
 
Segundo o coordenador de Energia e Comunicações da Seinfra, Renato Rolim, a previsão é de que o protótipo funcione por três anos para avaliação da tecnologia que aproveita a regularidade dos ventos e freqüência das ondas do mar no litoral cearense para a produção de energia elétrica. A produção de 100 kW é o equivalente ao consumo de 60 casas do padrão médio de consumo de energia elétrica no Estado e mesmo em fase de pesquisa gerará energia suficiente para ser aproveitada. “O projeto é mais um avanço do Ceará na área da energia renovável que, a exemplo, da eólica, torna o Estado pioneiro na produção deste tipo de energia, além de caminhar para a auto-suficiência cearense na produção de energia”, reforçou.

A implantação dos protótipos prevê a aplicação de recursos no valor de R$ 1 milhão por parte do Estado e R$ 11 milhões da Aneel, oriundos do item Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias da Tractebel, a serem investidos na fabricação, instalação e monitoramento das duas células da Usina de Ondas e de mais um braço para o dessalinizador. O projeto busca dinamizar a matriz energética cearense, dando seqüência às pesquisas da Coppe/UFRJ e UFC com apoio do Governo do Estado.
Uma das vantagens da usina de ondas é o seu baixo impacto ambiental, se comparado às demais formas de produção de energia já existentes, pois se trata de uma fonte limpa de energia e não necessita represar a água.

A usina de ondas funciona com a ajuda de flutuadores que ficam submersos no mar presos à usina por meio de dois braços metálicos. Com o movimento das ondas, esses blocos também se movem e produzem força para bombear a água do mar para reservatórios dentro da usina. A água terá sua pressão aumentada em uma câmara hiperbárica, fazendo com que o jato d’água saia do compartimento com uma força equivalente à de uma queda d’água de 500 metros de altura. Esse jato move uma turbina, que gera finalmente a energia, repassada depois, para o sistema de distribuição.

Assessoria de Comunicação da Seinfra
José Milton/Luiz Guedes (Josemilton@seinfra.ce.gov.br 85-31013763)