Ceará inaugura a primeira rede de distribuição de Gás Natural Renovável
17 de abril de 2018 - 10:35 #Cegás
Carlos Gibaja e Marcos Studart - Fotos
O Governo do Ceará inaugurou nesta segunda-feira (16), no Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia (Asmoc), o Gasoduto, a Estação de Transferência e a Planta de Produção de Gás Natural Renovável, empreendimentos realizados por meio da parceria entre a Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Prefeitura de Fortaleza e a Gás Natural Renovável Fortaleza. A rede construída no Estado é a primeira a distribuir GNR para uso final, e a segunda maior do País em estrutura, com capacidade inicial de 100.000 m³ de biometano, combustível renovável usado para abastecer veículos, indústrias, comércio e residências.
A solenidade de entrega do equipamento contou com a presença do governador Camilo Santana, acompanhado do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, do presidente da Cegás, Hugo Figueiredo, do presidente financeiro do Grupo Marquise, José Carlos Pontes, do empresário da Ecometano, Carlos Laranjeira, dentre outros representantes da iniciativa privada, secretariado, lideranças políticas estaduais e municipais.
O chefe do Executivo foi responsável pelo acionamento das máquinas na unidade. Durante a cerimônia, Camilo destacou o sucesso da parceria entre poder público e iniciativa privada para tornar o Ceará referência e pioneiro na distribuição de combustível natural renovável no Brasil.
“Nós já somos, a partir de agora, a primeira unidade distribuidora. Esta é a única do Brasil que está entregando gás. A Cegás investiu mais de R$ 22 milhões para fazer o gás chegar até as empresas. Essa é a parceria, a ousadia e a inovação entre poder público e iniciativa privada. Ganha o meio ambiente, ganha a população e ganha também o setor produtivo”, afirmou.
O governador explicou que a comercialização de gás renovável no Estado terá tratamento especial no mercado, com aplicação de ICMS diferenciado, tornando o produto mais competitivo em relação ao gás natural normal em Fortaleza e Região Metropolitana, além do estímulo ao maior cuidado com o meio ambiente. Ele também adiantou que a intenção do Governo é levar a iniciativa para o Interior.
“A ideia é levar para a região Norte, como Jaguaribe, que tem um setor cerâmico muito grande e consome muita lenha, é importante ter uma unidade assim. Estamos agora investindo mais de R$ 40 milhões num aterro sanitário consorciado na região. A gente quer que esse tipo de empreendimento seja implementado para garantir não só fornecimento de gás renovável, mas também evitar a emissão de mais gases na atmosfera”.
Para o prefeito Roberto Cláudio, a rede de distribuição abrange as possibilidades de utilização do gás natural renovável e a adoção de mais medidas sustentáveis na Capital e municípios próximos. Ele citou como exemplo a possibilidade futura de transportes públicos movidos ao gás. “O céu é o limite. É a capacidade nossa de inovar, de criativamente testar as aplicações do gás renovável. Mas a inovação e a sustentabilidade já são a marca desse empreendimento vencedor. Outros estados vão aprender o que foi feito aqui e replicar”.
Maior indústria do Brasil
A capacidade inicial da rede distribuição é de 100.000 m³ de biometano, o que torna o Ceará o segundo maior distribuidor do Brasil. Contudo, a ampliação desse número é esperado por Estado e representantes da iniciativa privada envolvidos na gestão do equipamento.
Segundo o presidente da Cegás, Hugo Figueiredo, com uma pequena ampliação, em breve a rede estará com capacidade para 150.000 m³. Atingindo essa marca, o Ceará se tornará a maior indústria do Brasil neste setor.
Sustentabilidade
Com 23 km de extensão, o Gasoduto é responsável por fazer a distribuição do Gás Natural Renovável (GNR) proveniente do aterro sanitário da RMF para indústrias, veículos, comércio e residências da rede de clientes da empresa. A estrutura possibilitará a retirada do gás metano da superfície do Aterro. Esse gás é gerado a partir da decomposição de resíduos orgânicos depositados no local, principal destinação de todo o resíduo sólido recolhido em Fortaleza. Para realização do processo, foram instaladas tubulações que farão a sucção de todo o material. A produção de biometano ocorre a partir da separação de CO2 do metano e da remoção de contaminantes.
Além da geração de energia, também será possível evitar que mais de 610 toneladas de CO2 sejam lançadas na atmosfera anualmente, equivalentes à retirada diária de mais de 800 mil litros de diesel do setor de transportes. Isso contribui para minimizar a emissão de gases de efeito estufa, contribuindo positivamente para as futuras gerações. Com a geração de energia renovável, os combustíveis fósseis são substituídos, reduzindo, dessa forma, passivos ambientais e atribuindo selo verde à matriz de tratamento.